Durante a semana da Consciência Negra, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou o Projeto de Lei 276/2024, que cria a “Rota da Liberdade”, o primeiro percurso de afroturismo em territórios quilombolas do estado. A aprovação ocorreu por unanimidade na terça-feira, dia 18. A iniciativa, proposta pela deputada estadual Laura Sito, tem como objetivo resgatar a história dessas comunidades, além de fortalecer seu protagonismo e valorizar sua cultura.
A rota se estenderá de Osório a Santa Vitória do Palmar, passando por diversas comunidades quilombolas ao longo do litoral. Essa ação busca fomentar o turismo étnico comunitário, que se baseia na valorização das culturas locais e na promoção do turismo sustentável.
O projeto reconhece a Rota da Liberdade como um patrimônio cultural imaterial de grande importância para o estado e estabelece que sua gestão será feita pelas próprias comunidades quilombolas. Isso garantirá que elas liderem a construção, organização e realização das atividades turísticas.
A iniciativa promete incentivar o turismo de base comunitária, o que impulsionará a economia local e contribuirá para a preservação do meio ambiente. Além disso, busca promover um turismo antirracista e inclusivo, que considera a história das comunidades afro-brasileiras.
A deputada Laura Sito ressaltou a importância dessa aprovação, especialmente em um mês tão simbólico como o da Consciência Negra. Ela destacou que a população negra tem um papel fundamental na formação social, cultural e econômica do estado, que, por muitos anos, foi invisibilizado. Segundo ela, a Rota da Liberdade é uma forma de reconhecer e valorizar essa contribuição, colocando as comunidades negras e quilombolas no centro do desenvolvimento da região.
No Rio Grande do Sul, existem 146 comunidades quilombolas identificadas, das quais 90% já possuem certificação pela Fundação Palmares. A área que será abarcada pela Rota da Liberdade contém aproximadamente 38% dessas comunidades, incluindo reconhecidas como Morro Alto, Costa da Lagoa, Limoeiro, Casca, Teixeiras, Colodianos, Vó Marinha e Vila de São José do Norte.
Além disso, o projeto propõe a criação de um Núcleo de Turismo Étnico Comunitário, que será administrado pelas próprias comunidades, com o intuito de diversificar ainda mais as opções turísticas no litoral e na Costa Doce.
A aprovação da Rota da Liberdade é considerada um passo importante nas políticas públicas que visam reconhecer o papel das comunidades quilombolas na história e no desenvolvimento do Rio Grande do Sul.