domingo, 21 de dezembro de 2025
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Estudo indica previsão de cheias e secas no Rio Grande do Sul até 2100

EM 27 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 13:13

Mudanças Climáticas Intensificam Cheias e Secas no Rio Grande do Sul até 2100

Previsões alarmantes indicam que o Rio Grande do Sul enfrentará uma série de desafios climáticos entre 2050 e 2100, segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em colaboração com a Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento, baseado em dados dos últimos 50 anos, aponta para um aumento significativo na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como cheias e secas.

Os pesquisadores destacam que esta região é uma das mais afetadas pelas mudanças no ciclo de água. Os impactos já são notados e devem se intensificar nas próximas décadas. A análise sugere que as práticas de engenharia e planejamento urbano precisam ser reavaliadas urgentemente. O estudo adverte que os gastos com reconstrução após desastres naturais podem ser muito maiores do que os investimentos em infraestrutura preventiva.

O foco principal da pesquisa está nas alterações no regime de chuvas, nos níveis dos rios e nas estiagens. Conforme as simulações, a precipitação média anual pode aumentar em 4,8%. O estudo revela que eventos climáticos que hoje ocorrem a cada 100 anos poderão acontecer até cinco vezes mais frequentemente. Além disso, chuvas intensas de curto período aumentarão em volume, impactando diretamente os índices de cheia dos rios.

Em particular, nos grandes e médios rios do Sul, a vazão máxima pode aumentar em 20%. Em áreas como Porto Alegre, as cheias podem atingir níveis entre 50 cm e 1 metro acima dos padrões atuais, superando sistemas de proteção existentes. Eventos que antes ocorridam a cada 50 anos poderão ser registrados a cada dez anos, trazendo uma nova realidade para a população.

Por outro lado, o estudo também aponta para o prolongamento das estações secas. O déficit hídrico deve aumentar em 42%, com as vazões mínimas caindo 11% e as estiagens se estendendo em três dias a mais por ano. Essas condições podem impactar severamente a agricultura e o abastecimento de água nas cidades, tornando a gestão hídrica um desafio constante.

Seja enfrentando cheias ou secas, a necessidade de garantir segurança hídrica se torna cada vez mais crítica. O estudo destaca que as consequências dessas mudanças já estão se fazendo sentir, mesmo em cenários moderados de previsão.

Recomendações para Mitigação de Prejuízos

Os pesquisadores recomendam uma revisão urgente das práticas de gestão de água, que deve incluir novas diretrizes para obras e planejamento urbano. Após os alagamentos ocorridos em 2023 e 2024, o governo do Rio Grande do Sul já começou a rever os parâmetros dos projetos de infraestrutura para garantir que novos edifícios e sistemas de drenagem possam suportar eventos climáticos mais severos.

Essa mudança de abordagem implica em projetar para o futuro, considerando um aumento na frequência e intensidade das chuvas. Diretrizes emergentes exigem, por exemplo, que sistemas de drenagem urbana sejam capazes de manejar chuvas de até 115 milímetros em um único dia, com projetos de contenção de cheias considerando um aumento de 13% na vazão máxima.

Além disso, recomenda-se a implementação de sistemas de alerta antecipado, a construção de infraestruturas resilientes, como diques e drenagens reforçadas, a criação de um mapeamento de risco e uma gestão integrada dos recursos hídricos. O sucesso dessas medidas no enfrentamento das dificuldades climáticas futuras ainda depende de um monitoramento contínuo e de um planejamento estratégico.

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