terça-feira, 30 de dezembro de 2025
Notícias de última hora

Descontinuar a amargura e encantar o povo até 2026

EM 30 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 14:14

A Importância de Sonhar em Tempos Difíceis

Na noite de 29 de dezembro de 2025, uma pessoa decidiu dormir mais cedo para ter energia para trabalhar à noite. Durante o sono, teve um sonho incomum, que não se trata apenas de uma reflexão sobre o conceito de sonhos, mas de um diálogo significativo com duas figuras históricas, Nadejda Krupskaia e Clara Zetkin. Essas mulheres são reconhecidas por seu papel no movimento revolucionário e na luta contra o fascismo.

No sonho, a pessoa conversava com Krupskaia e Zetkin sobre o fascismo e sua relação com diferentes camadas sociais, incluindo a burguesia, a pequena burguesia e o proletariado. Embora a conversa fosse fictícia, destacava a relevância histórica dessas figuras para a compreensão do cenário atual. Em um momento, a comunicação era tão fluida que as três conseguiam se entender, apesar das barreiras linguísticas.

A discussão se aprofundou na ideia de que “pessoas amargas” são aquelas que perderam a capacidade de sonhar. Esse fenômeno ocorre quando indivíduos não conseguem imaginar um futuro melhor. A seguida sensação de desalento pode ser ainda mais devastadora, pois transforma a esperança em desilusão, afetando não apenas a vida pessoal, mas também a sociedade como um todo.

Atualmente, muitos enfrentam dificuldades que dificultam a realização de seus sonhos. A crise econômica que começou em 2008 deixou um legado de empregos precarizados, aumento nos preços dos alimentos e uma crise habitacional que empurra as classes mais baixas cada vez mais para longe dos centros urbanos. Assim, a expectativa de um futuro melhor se apaga e a frustração se instala.

O sentimento de amargura não surge apenas da dor passada, mas da perda da crença no futuro. Como destacou Clara Zetkin em seus escritos, o fascismo se torna um refúgio para aqueles que se sentem desamparados e desiludidos, levando à normalização da falta de esperança.

Em meio a esse cenário, a luta contra a amargura se torna essencial. Não se trata apenas de compreender esse sentimento, mas de combatê-lo. Falar sobre encantamento, contaminação e descontinuidades pode oferecer novas perspectivas. Esses conceitos, discutidos por educadores e artistas, sugerem que, ao criar momentos de encantamento e interrupção da rotina, é possível vislumbrar um futuro diferente.

Contudo, a pergunta persiste: como incentivar essa mudança? Não há uma resposta fácil, mas é claro que continuar o mesmo caminho não é viável. Em 2025, o país enfrentou várias tragédias e injustiças, como a violência em comunidades e a crescente onda de feminicídios, levando muitos a sofrer em silêncio. É vital que, apesar dessas dores, se mantenha a esperança e se busque transformar lágrimas de tristeza em expressões de alegria.

É possível perceber que, mesmo no meio de tantas dificuldades, há exemplos de resistência e luta que mostram que mudanças podem ocorrer. Mobilizações populares por melhores condições de trabalho e direitos têm mostrado que a força coletiva pode fazer a diferença.

Para 2026, a tarefa é clara: enfrentar a amargura. Isso inclui refletir sobre as experiências do ano anterior e buscar novos caminhos para o futuro. É preciso olhar nos olhos das pessoas ao nosso redor, contagiar-se com a esperança e compartilhar as metas para o próximo ano. Essa troca de esperanças é uma forma de não deixar que a amargura tome conta de nossos corações.

Pablo Henrique, que cursa mestrado em Artes Visuais e é diretor da Federação Nacional dos Metroviários, conclui que o encontro entre sonhos e realidades deve ser constante. Somente assim, podemos insistir na luta por um futuro mais esperançoso e cheio de possibilidades.

Receba conteúdos e promoções