Inadimplência em alta no Rio Grande do Sul
Em outubro de 2025, a inadimplência no Rio Grande do Sul atingiu 45,51% da população adulta, o maior índice registrado até agora no ano. Isso representa cerca de 4 milhões de pessoas com dívidas em atraso, conforme dados da Serasa. No contexto nacional, o Brasil registrou um percentual de 49,22% no mesmo mês, um aumento alarmante em relação ao ano anterior, quando 73,1 milhões de brasileiros estavam inadimplentes, número que subiu para 80,4 milhões em outubro de 2025.
Apesar de a inflação e o desemprego estarem em queda, a situação financeira das famílias continua a se deteriorar. De acordo com especialistas, isso pode ser atribuído à perda do poder de compra e ao crescimento do endividamento. A economista Juliana Inhasz Kessler, professora do Insper, explica que a renda das famílias está crescendo menos que a inflação, resultando em uma diminuição da capacidade aquisitiva das pessoas.
A educadora financeira Wendy Haddad Carraro também aponta que muitos gaúchos têm enfrentado dificuldades financeiras devido às recentes tragédias climáticas. Muitas famílias precisaram renovar seus bens após eventos climáticos e, para isso, recorreram a empréstimos e parcelamentos. Essa prática agravou ainda mais a situação financeira, resultando em dívidas acumuladas.
As dívidas principais no estado incluem contas com bancos e cartões (26,2%) e contas básicas como água e luz (14,5%). O valor médio das dívidas no Rio Grande do Sul é de R$ 1.710,38. A inadimplência está igualmente dividida entre homens e mulheres, sendo mais comum entre pessoas de 41 a 60 anos, que representam 34,4% dos inadimplentes.
As cidades com maior número de inadimplentes no estado incluem Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas e Pelotas. Essas cidades têm sido fortemente impactadas pela alta inadimplência, refletindo a dificuldade econômica enfrentada pela população.
Dicas para reorganizar as finanças
Para quem busca melhorar a situação financeira, uma alternativa é renegociar as dívidas. Muitas empresas estão dispostas a recalcular juros, o que pode ajudar a aliviar a pressão financeira. Além disso, os economistas recomendam que os consumidores conheçam bem sua realidade financeira e evitem soluções temporárias, como pagar apenas o mínimo da fatura do cartão, pois isso pode prolongar a dívida.
Outras orientações incluem:
- Aproveitar o 13º salário para quitar dívidas.
- Priorizar o pagamento das contas que possuem juros mais altos.
- Buscar ajuda de instituições como Procon ou universidades com programas de educação financeira.
Essas ações podem ajudar a recuperar o controle financeiro e minimizar os efeitos negativos da inadimplência. Com planejamento e iniciativa, é possível encontrar soluções para regularizar a situação e evitar compromissos financeiros excessivos no futuro.