domingo, 07 de dezembro de 2025
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RS procura sistema antigranizo para proteger agro

EM 3 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 06:46

Cidades do Rio Grande do Sul Buscam Sistemas Antigranizo Após Tempos de Prejuízos

Prefeitos de pelo menos 21 cidades do Rio Grande do Sul estão se mobilizando para instalar sistemas antigranizo em áreas rurais, após uma série de tempestades que causou danos significativos à agricultura. No final de novembro, granizo com pedras de até 10 centímetros atingiu várias regiões do estado, resultando em prejuízos estimados em mais de R$ 30 milhões, afetando pomares e lavouras.

Caxias do Sul, conhecida como a principal produtora de hortifrutigranjeiros do estado, lidera essa iniciativa. No período de 24 a 28 de novembro, a cidade sofreu tempestades que atingiram cerca de 260 hectares de plantações, principalmente de uvas, ameixas, caquis, pêssegos e maçãs. As perdas totais na região podem ultrapassar R$ 6 milhões. Esse cenário alarmante reforçou a urgência em se implementar um sistema antigranizo, um projeto que já era discutido com o governo estadual há quase dois anos.

Rudimar Menegotto, secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Caxias do Sul, comentou sobre as dificuldades enfrentadas nos últimos cinco anos e a crescente frequência de eventos climáticos extremos. Ele destacou a importância de buscar soluções para proteger a produção agrícola local.

O plano em discussão inclui um modelo semelhante ao de Santa Catarina, onde um sistema antigranizo já está em funcionamento em 13 municípios, através de parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. Para instalar os sistemas no Rio Grande do Sul, estão sendo alocados cerca de R$ 15 milhões, que devem vir do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis). As prefeituras serão responsáveis pela manutenção dos equipamentos.

Em janeiro do próximo ano, uma comitiva gaúcha viajará a Santa Catarina para aprender mais sobre o modelo operante há mais de 30 anos. Menegotto enfatizou que, embora existam várias tecnologias, o objetivo é avaliar a viabilidade econômica do sistema catarinense.

Como Funciona o Sistema Antigranizo

O sistema antigranizo de Santa Catarina utiliza uma combinação de dados meteorológicos para prever a formação de nuvens de granizo e ativar defesas automáticas antes que a tempestade ocorra. Equipamentos específicos liberam partículas de iodeto de prata na atmosfera que ajudam a formar gotas de água menores. Assim, quando essas gotículas se transformam em gelo e caem, muitas delas se derretem parcialmente, minimizando os danos.

Outras Opções de Proteção

Além do sistema de Santa Catarina, também está disponível no país a tecnologia de ondas hipersônicas, que funciona por meio de explosões controladas de gás acetileno e oxigênio. Esse método é capaz de criar uma camada de proteção contra a formação de granizo, e a tecnologia já está em uso em 60 pontos no Brasil, principalmente em áreas rurais. As empresas de monitoramento meteorológico acionam esses sistemas apenas 15 minutos antes da chegada da tempestade.

Um exemplo de sucesso vem da Família Geisse, que usa essa tecnologia em seus parreirais em Pinto Bandeira (RS) e até agora não sofreu perdas causadas por granizo.

A luta para proteger as lavouras e garantir a segurança alimentar das comunidades rurais do Rio Grande do Sul ganha mais força com essas novas iniciativas e tecnologias.

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