domingo, 30 de novembro de 2025
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Enchentes em rios da Serra podem se agravar nas próximas décadas

EM 29 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 08:44

Estudo aponta aumento de enchentes na Serra gaúcha

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), alerta para o risco de enchentes mais severas na região da Serra nos próximos anos. De acordo com as projeções, uma nova chuva intensa pode elevar a vazão dos rios em até 20%, o que significa que o nível das águas poderia subir cerca de três metros em relação ao que foi observado no ano passado.

O estudo, que abrange dados coletados desde 1900 até 2024, revela que as mudanças climáticas têm impactado significativamente o clima gaúcho. Nos últimos dez anos, houve um aumento nas precipitações que supera as variações observadas em décadas anteriores. As previsões indicam que, enquanto a região Norte do país deverá enfrentar períodos de seca mais frequentes, o Sul sofrerá com chuvas intensificadas e alagamentos.

O professor Rodrigo Cauduro Dias de Paiva, um dos organizadores do estudo, destacou a seriedade da situação: “Na Serra, uma cheia potencializada pode atingir áreas muito maiores e causar danos ainda mais severos do que os registrados no último ano.” Este cenário exige uma reavaliação das estratégias de gestão de recursos hídricos e infraestrutura.

O relatório aponta a necessidade de adaptação em várias áreas, como transporte, geração de energia hídrica e sistemas de abastecimento de água. Para isso, foram sugeridas diversas medidas:

  • Incorporar flexibilidade e revisões constantes nas políticas de recursos hídricos.
  • Treinar profissionais, tanto do setor público quanto privado, para enfrentar riscos climáticos.
  • Estabelecer planos de contingência e sistemas de alerta rápido para eventos extremos.
  • Modernizar infraestruturas, como barragens e sistemas de adução, com foco em cenários climáticos futuros.
  • Ampliar infraestrutura verde, como matas ciliares e jardins de chuva.

O professor Paiva alerta que a implementação dessas medidas devem ser consideradas e planejadas, mesmo com as incertezas existentes em relação aos eventos climáticos. A previsibilidade das chuvas intensas é complexa, com variações que podem trazer tanto cheias quanto estiagens. Portanto, a segurança da população deve ser prioridade, e o uso adequado dos recursos disponíveis é fundamental.

O estudo completo traz detalhes sobre essas recomendações e está disponível para consulta.

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