A Defesa Civil de Erechim, cidade localizada no Norte do Rio Grande do Sul, está avaliando os danos provocados por uma forte tempestade de granizo que atingiu a região no último domingo, dia 23. As autoridades informam que aproximadamente 8.727 famílias foram afetadas, totalizando cerca de 34 mil pessoas. Além disso, 189 pessoas buscaram atendimento médico devido aos ferimentos, e 12 delas ficaram desabrigadas.
A tempestade causou sérios transtornos na cidade, com a interrupção de serviços essenciais, incluindo a coleta de lixo, as aulas nas escolas e a realização de cirurgias eletivas no Hospital Santa Terezinha. Embora as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) tenham retomado o atendimento, isso ocorreu de forma restrita.
A agricultura também sofreu impactos significativos, com alguns agricultores relatando perdas de até 80% em suas plantações, o que pode resultar em desafios econômicos adicionais para a região.
O Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, visitou Erechim nesta segunda-feira, dia 24, para acompanhar a situação e as ações da Defesa Civil. Durante essa visita, ele anunciou um investimento de R$ 1,5 milhão para a aquisição de telhas que beneficiarão famílias vulneráveis que tiveram suas residências danificadas. Também foram distribuídas lonas como solução temporária para cobrir os danos.
O sul do país vem enfrentando uma série de temporais severos desde o último fim de semana. Esses eventos incluem granizo de tamanhos consideráveis, alagamentos e são observados em várias cidades, colocando dezenas de localidades em estado de emergência.
As condições climáticas do Sul, que envolvem os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, estão ligadas a um fenômeno meteorológico que combina ar quente na superfície e ar frio em altitudes elevadas, além da atuação de um ciclone extratropical ao longo da costa.
No último domingo, uma célula de tempestade muito intensa se formou sobre o Alto Uruguai, gerando pedras de granizo de até 10 centímetros, consideradas gigantes de acordo com critérios internacionais.
Em Santa Catarina, a situação não é diferente; desde sábado, o estado tem enfrentado chuvas intensas e granizo, provocando alagamentos e a necessidade de abrigo para centenas de pessoas. No Paraná, o granizo também causou estragos, especialmente em Guarapuava, onde moradores relataram pedras de gelo do tamanho de ovos de galinha.
A combinação de ar quente na superfície e a influência de uma frente fria no oceano foram fatores cruciais para a formação dessas tempestades severas. Especialistas apontam que as nuvens, conhecidas como Cumulonimbus, possuíam correntes ascendentes tão fortes que permitiram a formação de grandes pedras de gelo em várias camadas, resultando no granizo extremo observado.