Em outubro, o estado registrou chuvas abaixo da média, conforme apontado pelo Comunicado Agrometeorológico nº 93, publicado pelo Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola, que faz parte da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação.
As precipitações variaram entre 50 mm e 150 mm na região central do estado, mas no extremo sul, os índices foram mais baixos, entre 30 mm e 50 mm. Já na parte norte, as chuvas ficaram entre 150 mm e 300 mm. As áreas com menor volume de chuva foram na Campanha e Fronteira Oeste, enquanto os maiores totais foram observados nas regiões limítrofes com Santa Catarina, no Litoral Norte, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no Alto Uruguai.
Em comparação ao período normal de chuvas, estabelecido entre 1991 e 2020, o mês de outubro teve uma queda significativa nas precipitações, com desvios negativos que variaram entre -25 mm a -100 mm, alcançando até -150 mm em alguns pontos.
As temperaturas na maior parte do estado oscilaram entre 14°C e 20°C, um padrão considerado próximo do normal. Regiões no noroeste e oeste experimentaram temperaturas mais altas, entre 18°C e 22°C, enquanto na Campanha, Serra e Campos de Cima da Serra, os termômetros marcaram entre 14°C e 16°C. Importante destacar que não foram registradas geadas durante esse mês.
No que diz respeito às lavouras, a falta de água em outubro não afetou negativamente o crescimento das plantas na maioria das áreas cultivadas. As condições secas favoreceram a colheita das culturas de inverno, que apresentaram bons resultados. A semeadura do arroz também progrediu, especialmente nas áreas que haviam enfrentado atrasos devido ao excesso de chuvas no início da primavera. Por outro lado, a cultura da soja avançou em um ritmo mais lento, influenciada pela menor umidade do solo em algumas regiões e pela recomendação de escalonamento da semeadura para minimizar riscos climáticos. Temperaturas amenas contribuíram para um atraso na germinação e emergência da soja em determinados locais.
As condições climáticas em outubro foram benéficas para o desenvolvimento das frutíferas, especialmente aquelas de clima temperado, como uvas, pêssegos, ameixas, kiwis e caquis, cujas expectativas de safra são positivas até o momento. No entanto, o clima mais frio em alguns dias do mês pode ter impactado negativamente frutíferas de clima tropical, como melancia e melão, em várias regiões.
Para os meses de novembro e dezembro, o prognóstico aponta chuvas variando de normais a ligeiramente abaixo da média, sendo dezembro o mês com maiores previsões de queda nas precipitações, especialmente na metade sul e oeste do estado. As temperaturas devem aumentar gradualmente, com projeções de anomalias mais positivas em dezembro.
Uma especialista destaca que, apesar do prognóstico de La Niña ser fraco e temporário, deve ser monitorado pelos produtores rurais, uma vez que pode levar a deficiências hídricas, embora não de forma alarmante. Ela ressalta a importância de planejamento e adoção de estratégias, como zoneamento agrícola e escalonamento das semeaduras, para enfrentar períodos de secas, comuns na região.
Além disso, recomenda-se atenção ao uso e armazenamento de água, seja por meio de sistemas de irrigação, açudes ou pela preservação das características do solo, que serve como um importante reservatório de água para as plantações.