Desafios do Aluguel e o Sonho da Casa Própria para os Millenials
A geração millennial, composta por pessoas entre 26 e 40 anos, vive um momento desafiador em relação ao mercado imobiliário. Crescendo na classe média, muitos foram ensinados que bastava estudar e se esforçar para ter sucesso financeiro e conquistar a tão sonhada estabilidade. No entanto, essa realidade mudou drasticamente, especialmente nos últimos anos.
Atualmente, um em cada cinco brasileiros reside em imóveis alugados, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa é a maior proporção registrada desde a década de 1980. Entre os jovens de 25 a 29 anos, essa figura sobe para 30,3%. A busca por imóveis em plataformas digitais demonstra um aumento significativo nos preços de alugueis, mesmo para espaços pequenos, em diversas capitais do país, como Fortaleza e São Paulo.
Outro fator que impacta os altos preços dos aluguéis são os apartamentos turísticos, que são locados por curtas temporadas. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil; na Espanha, por exemplo, ocorrem protestos frequentes contra a gentrificação e os altos valores de aluguéis. No Brasil, Belém se destaca como uma cidade onde os preços das hospedagens têm chegado a cifras surpreendentes, refletindo a peculiaridade desse mercado.
Os millennials e a geração Z enfrentam um cenário desafiador em relação à compra de imóveis. Uma pesquisa recente revelou que a possibilidade de adquirir uma propriedade se tornou cada vez mais remota para os jovens. Isso se deve, em parte, a empregos mais precários e à crescente insegurança financeira. Em Fortaleza, por exemplo, os millennials estão entre os mais endividados. Um dado alarmante é que, em 2023, apenas 16% dos compradores de imóveis eram millennials.
Para tentar mudar esse cenário, o governo implementou algumas medidas, como a ampliação de faixas de renda para programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida. No entanto, o sonho da casa própria ainda parece distante para muitos.
Apesar das dificuldades, existe um debate sobre se a escolha de priorizar experiências em vez de bens materiais é uma decisão consciente dos millennials e da geração Z. Para muitos, a pergunta que fica é: ainda há esperança de realizar o sonho da casa própria? Essa geração pode, ainda, vislumbrar um futuro com estabilidade financeira e um lar para chamar de seu?