quinta-feira, 13 de novembro de 2025
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Setor discute a situação do trigo no Rio Grande do Sul

EM 11 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 11:52

A colheita da safra de trigo 2023 enfrenta dificuldades em decorrência das chuvas constantes em outubro e da aparição do fungo giberela em algumas lavouras. Apesar das adversidades, a expectativa de produção se mantém em 3,7 milhões de toneladas. Esses pontos foram discutidos durante uma reunião virtual da Câmara Setorial do Trigo, realizada na segunda-feira, dia 10.

De acordo com Alencar Rugeri, gestor da área de cultivos anuais da Emater do Rio Grande do Sul, a safra estava se desenvolvendo bem até outubro, que é um mês crucial para a colheita. As chuvas interferiram no peso do trigo e atrasaram os trabalhos no campo. Ele mencionou que, apesar de ainda haver esperança para uma boa safra, o rendimento pode variar significativamente entre as diferentes regiões do estado.

Atualmente, a colheita do trigo no Rio Grande do Sul está cerca de 40% concluída, segundo dados da Emater. Rugeri alertou que ainda há uma quantidade considerável de lavouras a serem colhidas, o que pode aumentar a vulnerabilidade a doenças no final do ciclo de cultivo.

Matias José Führ, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), corroborou a análise de Rugeri sobre a situação atual da safra. Ele destacou a grande variabilidade na produtividade das lavouras, que varia de 2 mil a mais de 4 mil quilos por hectare. Muitas áreas foram plantadas com tecnologia inferior, o que poderá impactar na expectativa de produção. A estimativa oficial permanece em cerca de 3,2 mil quilos por hectare, com uma área cultivada de aproximadamente 1,15 milhão de hectares.

Em relação à comercialização do trigo, o setor passa por um momento delicado, pois os preços estão baixos, o que desestimula os produtores. Recentemente, o Governo Federal anunciou medidas para apoiar a venda de até 148 mil toneladas de trigo do Rio Grande do Sul, por meio de leilões públicos que oferecem prêmios ao produtor rural.

Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do estado, expressou preocupação com a situação, afirmando que essa medida é insuficiente diante da produção total do estado e gera dificuldades para os agricultores. Tino Antoniazzi, do Moinho Santa Maria, comentou que, embora a situação geral esteja complicada, as vendas continuam e as exportações estão funcionando. Ele acredita que os preços do trigo já atingiram o mínimo e que melhorias podem ser esperadas a curto prazo.

Como parte das ações discutidas, a Câmara Setorial planeja pedir ao Governo Federal mais recursos para apoiar a comercialização do trigo, buscando medidas que proporcionem maior liquidez aos agricultores. Além disso, será solicitado um aumento na quantidade de trigo disponível para o estado nos leilões já programados, a fim de apoiar os produtores gaúchos, que enfrentam dificuldades financeiras para acesso ao crédito rural.

A reunião contou com a participação de representantes de várias entidades, incluindo associações de produtores, bancos, cooperativas e órgãos governamentais.

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