domingo, 28 de dezembro de 2025
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Greening gera preocupação nas lavouras de citros no norte do RS

EM 28 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 13:14

Produtores do Norte do Rio Grande do Sul Enfrentam Ameaça do Greening

Os agricultores do norte do Rio Grande do Sul enfrentam um grande desafio: a doença conhecida como greening, que pode comprometer a produtividade e a longevidade dos pomares de citros. Essa enfermidade se espalha rapidamente e é causada por bactérias transmitidas por um inseto chamado psilídeo, que se alimenta da seiva das plantas.

Atualmente, o estado está livre de contaminação, mas a doença já atingiu regiões vizinhas, como Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, onde a situação é preocupante. Os sintomas do greening incluem a maturação irregular dos frutos, diminuição da produtividade e o amarelecimento de ramos e folhas.

De acordo com Luiz Ângelo Poletto, assistente técnico da Emater/RS, os municípios da região do Alto Uruguai estão intensificando medidas preventivas para impedir a entrada da doença. Ele alerta que, se o greening chegar, poderá resultar na eliminação dos pomares, uma vez que o controle da doença envolve práticas rigorosas de manejo, como adubação e aplicação de defensivos agrícolas.

Os pequenos produtores, muitas vezes, não estão preparados para lidar com essas exigências. Poletto enfatiza a importância de evitar a entrada de mudas infectadas provenientes de outros estados.

Nesse cenário, citricultores como Elton Zignani, que planta laranjas da variedade Valência em 11 hectares na linha Sanga Funda, têm redobrado os cuidados. Sua propriedade, localizada em Severiano de Almeida, produz cerca de 30 toneladas de laranja por hectare. Zignani destaca que um único pé de muda infectada pode levar à contaminação de toda a plantação.

Produção de Laranja no Alto Uruguai

O Alto Uruguai é a maior região produtora de laranjas para suco no Rio Grande do Sul, com uma área cultivada de aproximadamente 3.300 hectares. A saúde dos pomares é uma preocupação constante, uma vez que não existe tratamento para curar o greening. A melhor estratégia é a remoção das plantas afetadas.

Para garantir a sanidade do cultivo, a Secretaria Estadual de Agricultura realiza fiscalização rigorosa nas cargas de plantas e frutas que ingressam no estado, especialmente as que vêm de Santa Catarina. Os citricultores que desejam trazer mudas precisam solicitar uma autorização para comprovar que elas vêm de viveiros registrados e livres de contaminação.

Claudir Santa Catarina, fiscal estadual agropecuário, explica que a secretaria é notificada sobre a chegada de novos carregamentos de mudas e acompanha o descarregamento para garantir a procedência.

Na luta contra o greening, cerca de 40 estações de monitoramento do psilídeo foram instaladas na região, com troca de dispositivos a cada 15 dias. O acompanhamento começou em setembro e está previsto para continuar até março de 2026. Em um levantamento realizado no ciclo agrícola anterior, foram capturados 57 insetos no Rio Grande do Sul, todos com resultados negativos para a doença, o que realça a importância das ações preventivas.

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