Ghost e a Polêmica de “Mary on a Cross”
A banda sueca Ghost sempre foi conhecida por suas controvérsias, utilizando-as como estratégia de promoção. Um exemplo marcante dessa abordagem é a canção “Mary on a Cross”, que gerou bastante repercussão.
A música foi lançada originalmente como lado B do disco Seven Inches of Satanic Panic em 2019, mas ganhou notoriedade em 2022, após viralizar no TikTok. Desde então, tornou-se o maior sucesso da banda, mas também alvo de críticas por sua aparente fusão entre temas religiosos e sexuais, levando alguns a acusá-los de blasfêmia.
Em uma transmissão ao vivo, Tobias Forge, líder do Ghost, comentou sobre a percepção de sua música. Ele se referiu a uma amiga de sua filha que descreveu a canção como “pervertida”. Apesar de reconhecer essa visão, Forge enfatizou que as letras possuem múltiplas camadas de significado.
Ele explicou que o refrão tem um tom brincalhão e que expressões usadas na música podem ser interpretadas de várias formas. Por exemplo, a frase “go down” não se refere apenas a conotações sexuais, mas pode significar alcançar a imortalidade ou importância histórica. Da mesma maneira, ele mencionou que “Mary” pode se referir a figuras diversas, como Maria Madalena, ao invés da mãe de Jesus, ressaltando a ideia de mal-entendidos que cercam as pessoas.
Sobre o tema central da canção, Forge mencionou que ela aborda a amizade e como as relações mudam com o tempo.
A letra de “Mary on a Cross” reflete essa complexidade, fala sobre momentos de dor e tristeza, mas também sobre a intensidade das experiências compartilhadas ao lado de alguém especial. Em trechos da canção, pode-se sentir a melancolia que permeia a fama e os desafios enfrentados.
O sucesso de “Mary on a Cross” deve-se, em parte, a sua popularização através do TikTok. A música se destacou em um vídeo criado por fãs de Stranger Things, que utilizou uma versão desacelerada da canção. O vídeo retrata a relação entre os personagens Mike e Will, o que fez com que a música conquistasse ainda mais admiradores, tornando-se uma presença frequente em várias montagens.
Assim, “Mary on a Cross” não só solidificou a presença do Ghost na música atual, mas também evidenciou como a arte pode provocar discussões profundas e variadas interpretações, refletindo as experiências humanas de forma complexa e acessível.