Rosane Svartman fala sobre o fim de “Dona de Mim” e seus planos futuros
A autora da novela “Dona de Mim”, Rosane Svartman, compartilhou seus sentimentos sobre o fim da trama prevista para ir ao ar no dia 9 de janeiro de 2026. Durante um encontro com jornalistas nos Estúdios Globo, ela revelou que, por enquanto, seu principal desejo é descansar. “Meu próximo projeto? É dormir. Preciso esvaziar a mente antes de começar a nova etapa”, comentou, entre risos.
Apesar da aproximação do final, Rosane explicou que ainda é prematuro afirmar que seu trabalho está concluído. “A sensação é de que é sempre a primeira vez. Nunca é realmente o fim, porque os personagens permanecem na memória”, disse, refletindo sobre o que significa encerrar um projeto tão significativo.
Rosane Svartman é responsável por vários sucessos na faixa das 19 horas, como “Totalmente Demais”, “Bom Sucesso” e “Vai na Fé”. No entanto, “Dona de Mim” representou um desafio particular, pois exigiu 48 capítulos a mais do que o inicialmente previsto, tornando-se a novela mais longa desse horário em 16 anos. A última produção nesse formato foi “Caras e Bocas”, escrita por Walcyr Carrasco, em 2009.
“A novela mistura vários gêneros e requer um ritmo acelerado. Foi um grande desafio e, confesso, fiquei assustada no começo. Mas entendi a decisão da emissora”, revelou Rosane.
A autora explicou que a criação de reviravoltas é essencial em novelas. “A primeira coisa que fizemos foi planejar mais duas grandes viradas, especialmente para manter a audiência durante o Natal e o Réveillon”, contou.
Uma das surpresas foi o retorno de Ellen, interpretada por Camila Pitanga, um personagem que parecia ter morrido nos primeiros capítulos. Rosane explicou que a atriz fez uma exigência importante: “Ela pediu que sua volta fosse coerente. Quando soube do planejamento, ficou muito feliz”, lembrou.
Rosane ressaltou que todos os personagens possuem camadas e complexidades. “Até os vilões têm suas motivações. Quando a Camila voltou, trouxe diversas contradições à sua personagem”, explicou.
Sobre o personagem Abel, interpretado por Tony Ramos, que encontra seu fim na trama, a autora afirmou que essa decisão era necessária para a evolução da narrativa. “Ele já sabia que o personagem morreria. A morte dele foi fundamental para mostrar o crescimento do vilão Jaques. A audiência queria um antagonista forte”, disse Rosane.
Um elemento marcante na novela é a personagem Rosa, vivida por Suely Franco, que aborda questões relacionadas ao Alzheimer. Rosane garantiu: “Nunca pensei em matar Rosa. Ela representa um tema importante sobre saúde mental, sempre foi meu objetivo tratá-lo por meio dela”.
A autora também destacou a relevância de diversos temas abordados em “Dona de Mim”, como perda gestacional, violência e saúde mental. Um dos momentos impactantes foi a operação da polícia em uma comunidade, que coincidiu com eventos da vida real no Rio de Janeiro. “A novela reflete a realidade, e a segurança pública é uma preocupação constante. Queremos promover um diálogo sobre esses assuntos”, afirmou.
Rosane revelou que a cena da operação havia sido escrita com antecedência, e sua preocupação era que não coincidisse com os eventos reais. “Esperava que o público pudesse refletir sobre o tema e não apenas reagir”, comentou.
Originalmente, “Dona de Mim” era planejada para o horário das nove. Sobre o futuro, ela disse que se sente confortável escrevendo para as novelas das sete. “O desafio das novelas das nove é diferente, com mais pressão. Não é um desejo específico meu, mas estaria disposta a enfrentar o desafio”, concluiu.