A reprise da novela “Rainha da Sucata” começou a ser exibida em 3 de novembro e, até o momento, os índices de audiência têm sido insatisfatórios. A novela, escrita por Silvio de Abreu e que foi originalmente apresentada em 1990, registrou uma média de 13,3 pontos na Grande São Paulo. Esses números são inferiores aos obtidos por outras tramas que já foram reprisadas, como “A Viagem” (1994) com 16,8 pontos, “Tieta” (1989) com 15,8 pontos e “Alma Gêmea” (2005), que também alcançou 16,8 pontos. A única novela que ficou atrás de “Rainha da Sucata” foi “Paraíso Tropical” (2007), que teve uma média de 13,1 pontos.
A faixa de reprises “Vale a Pena Ver de Novo” é estratégica para a emissora, funcionando como uma ponte entre a programação diurna e noturna. Por isso, a escolha das novelas que vão ao ar nesse horário é crucial. Quando uma trama não atende às expectativas do público, isso pode impactar a audiência de outros programas que se seguem.
Para tentar melhorar a repercussão da novela, a Globo tem utilizado táticas como a condensação de episódios, juntando até três capítulos em um só. Essa abordagem visa reaquecer a narrativa, que inicialmente conta com humor pastelão, mas que foi reformulada em sua exibição original com a inclusão de elementos mais dramáticos. A expectativa é que, com essas mudanças, a história de Maria do Carmo (interpretada por Regina Duarte), que enfrenta diversas dificuldades após seu casamento com Edu (Tony Ramos) e o constante assédio de Laurinha (Glória Menezes), ganhe mais apelo.
No entanto, mesmo com esses ajustes, há incertezas sobre a capacidade de “Rainha da Sucata” em conquistar uma audiência melhor. A novela deve permanecer no ar pelo menos até maio do próximo ano, mas há a possibilidade de ser retirada antes caso a audiência continue baixa. Isso levanta um novo dilema para a Globo, que já enfrenta dificuldades na escolha de substitutas para o horário. No passado, uma produção frequentemente mencionada como opção é “Salve Jorge” (2012), que finalmente foi escolhida para o streaming, mas não deve entrar novamente em reprises na TV aberta.
Com várias novelas clássicas já reprisadas recentemente, como “O Cravo e a Rosa” e “Chocolate com Pimenta”, a Globo se vê sem muitas opções consolidadas e precisará arriscar. Obras como “A Próxima Vítima” (1995) também são cogitadas, mas a emissora deve evitar exibir mais uma trama de Silvio de Abreu em sequência, especialmente considerando o desempenho abaixo do esperado em reprises anteriores.
Há, ainda, a possibilidade de trazer novelas mais recentes, como “América” (2005) e “A Dona do Pedaço” (2019). Tais tramas podem ser escolhidas, mas estão sujeitas a cortes significativos para se adaptarem ao horário. Resta agora acompanhar como a emissora enfrentará esse desafio e quais decisões serão tomadas para suas próximas produções.