As exportações da indústria do Rio Grande do Sul enfrentaram uma queda de 11,9% em novembro comparado ao mesmo mês do ano anterior. As vendas externas totalizaram cerca de US$ 1,4 bilhão, o que representa uma redução de US$ 195 milhões.
Um dos principais fatores dessa diminuição é a significativa redução nas exportações para os Estados Unidos, que despencaram 39% entre agosto e novembro. Esse período coincidiu com a implementação de tarifas americanas sobre produtos brasileiros, afetando diretamente a competitividade da indústria local. De acordo com estudos do Sistema Fiergs, 88% das mercadorias industriais do estado que são enviadas para os EUA não estão isentas dessas tarifas, mesmo depois de diversas negociações.
Claudio Bier, presidente da Fiergs, comentou sobre suas preocupações em relação às tarifas. Ele destacou que a manutenção dessas taxações prejudica a produção e gera incertezas que podem impactar os investimentos, faturamento e até emprego nas empresas do setor. As exportações para o mercado americano somaram US$ 393,8 milhões nos últimos quatro meses, resultando em uma diminuição de US$ 252,1 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.
Enquanto as vendas para os EUA caíram, as exportações para outros mercados cresceram 2,5% em receita. Esse crescimento foi atribuído a um aumento considerável nas quantidades exportadas, que subiram 318,5%, embora isso tenha sido contrabalançado por uma queda nos preços médios de 75,8%. Essa estratégia das empresas indica uma tentativa de minimizar perdas no curto prazo.
Nos dados mais amplos, apenas sete dos 23 setores analisados apresentaram crescimento em novembro, com as maiores quedas sendo nos segmentos de alimentos (20%), tabaco (20,5%) e produtos de metal (45,5%). Por outro lado, o setor de máquinas e equipamentos teve um desempenho positivo, com um crescimento de 39,6%.
No acumulado do ano, as exportações totais do estado alcançaram US$ 15,1 bilhões, marcando um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior. O crescimento mais significativo ocorreu no primeiro trimestre de 2025, com um incremento de 5,8%, impulsionado pelos resultados positivos de janeiro e fevereiro.