A devoção a Nossa Senhora da Conceição da Praia tem um papel fundamental na história e na cultura de Salvador, sendo celebrada no dia 8 de dezembro. Esta data é feriado municipal na capital baiana e faz parte do calendário religioso brasileiro, sendo uma das mais antigas festas marianas do país. Anualmente, milhares de fiéis participam de missas, procissões e diversas manifestações culturais em homenagem à santa.
A origem dessa devoção remonta ao ano de 1549, quando Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral do Brasil, trouxe a imagem de Nossa Senhora da Conceição em sua embarcação. Ao chegar em Salvador, ele determinou a construção de uma capela próxima ao porto, lugar que, com o tempo, ficou conhecido como “da Praia”. À medida que a cidade crescia, o templo foi ampliado. No século XVIII, recebeu sua configuração atual, em estilo barroco, com pedras trazidas de Portugal entre 1736 e 1820. Essa construção se tornou um dos marcos do Centro Histórico da cidade.
Em 1946, o Papa Pio XII declarou Nossa Senhora da Conceição padroeira do Estado da Bahia. A escolha do dia 8 de dezembro está alinhada ao calendário litúrgico católico, já que em 1854 o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição nesse mesmo dia. Na cidade, essa celebração vai além do aspecto religioso; consolidou-se como um evento cultural expressivo, repleto de cortejos, promessas e homenagens, que envolvem a população desde o século XVI.
Outro aspecto importante da festa é o sincretismo religioso, um traço marcante da Bahia. Nossa Senhora da Conceição é associada à orixá Oxum nas religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Essa conexão entre as tradições religiosas transforma a data em um símbolo de identidade, fé e resistência cultural, reafirmando a relevância histórica e espiritual da santa para o povo baiano.